Fim do velho mundo novo

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Outro dia eu tinha oito anos e acreditava em um mundo novo pois o muro de Berlin estava sendo derrubado. Os anos foram passando e eu fui estudando que a Europa caminhava para a superação daquela etapa cruel da história marcada pela divisão em blocos e pela Guerra Fria. O mundo (europeu) seria lindo, evoluído e todos se ajudariam em um sonho chamado União Europeia.

O Brasil até tentou copiar a iniciativa à moda caralha, houve Mercosul, nossa piada particular, mas enfim, na Europa as coisas pareciam funcionar de verdade. Eu acreditei muito na União Europeia, era o Small World da vida real. O sonho de um mundo sem fronteiras em que as diferenças são respeitadas. Na minha cabeça, aquilo deveria evoluir para uma escala verdadeiramente global.

Ah, esses jovens acreditam em tudo…

Mudamos de século, uma só moeda, melhora na economia como um todo e sucesso por um tempo até que deixou de ser. A impressão que tenho é que os governos, assim como as pessoas, são absolutamente egoístas. Querem festejar juntos, dividir lucros e até ajudar se isso não for sangrar a própria carne. Mas ninguém vai se sacrificar pelo outro, e no caso das nações, o outro é o país mais fraco, que não tem nada a oferecer.

Não tenho condições de dizer se os britânicos estão certos ou errados. Você tem a responsabilidade com seu próprio povo e no final, tem aquela história de garantir o seu oxigênio antes de por a máscara no coleguinha do lado. Mas a abordagem é muito egoísta pra mim, deve haver algum caminho equilibrado.

Este mundo

De qualquer forma, nós como brasileiros estamos fazendo um péssimo trabalho democrático, beirando um golpe. Os Estados Unidos têm a chance real de eleger racistas radicais nas próximas eleições. A União Europeia se enfraquece muito com a saída da Inglaterra. Grandes possibilidades de surtos de doenças altamente contagiosas.

Vamos ter que sonhar o futuro outra vez.

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